Alice no País das Maravilhas

Sempre fez parte integrante do meu imaginário infantil/juvenil. Muitos dos meus sonhos eram recheados pelas personagens deslocadas desta história. Do coelho - sempre atrasado -, à lebre de Março; do chapeleiro de cartola, ao sorriso enigmático do gato de Chechire; da lagarta fumadora, à Rainha de copas; todos eles me fizeram sorrir durante muitos anos.

Há cerca de 3 semanas peguei uma outra vez no livro do Lewis Carol. Ela viu-mo na mão e quis saber que história era aquela. Se era para meninos. Que sim, mas que este não tem “figuras”, nem bonecos. Pediu-me para lho ler. Disse-lhe que sim e começámos nessa mesma noite. Apesar de achar que ainda era cedo. Apesar de achar que se ia aborrecer. Apesar de reconhecer a exigência da linguagem para quem tem apenas 3 anos.

Começámos devagar. Meio capítulo (bom, um capítulo, no máximo!) por noite. Esta semana, acabámos o último capítulo, num misto de euforia e pena. E se alguma vez achei que era cedo, reconheço hoje que eles – os mais pequenos – nos surpreendem sempre com as capacidades que vão adquirindo sem que algumas vezes nós, pais, reparemos.

Hoje, aquelas mesmas personagens que povoavam o meu mundo, tornaram-se dela e passaram a povoar os sonhos dela. E nem o Cortem-lhe a cabeça!! irado e constante da Rainha de Copas a assustou.

*** Ciranda