Os ares do Sul
Eu até gosto de conduzir. Muito mesmo. De dia, de noite, tanto me faz. Só não suporto viagens enormes, em dias de muito calor. Mas, fazer 600 Km para baixo e outros 600 para cima, só eu e ela, só para que as gentes do sul a possam ver… começa a tornar-se tarefa ingrata. Melhor seria ser despreocupada, e nem sequer pensar nisso. Fazia-me melhor à mente e ao físico. MAS, para bem do equilíbrio, faz-se um esforço e transforma-se aquilo que poderia ser uma semana de férias e descanso, em algo que me apoquenta, me tira do sério e me faz chegar mais cansada do que no momento da partida. Cansada e esgotada. Física, mas principalmente, psicologicamente.
E, no entanto, é suposto haver laços mantidos entre ambas as partes (certo?). É suposto haver muita alegria no ar. É suposto, independentemente de qualquer divergência que haja, criarem-se bases para que um dia a estabilidade emocional seja forte.
Mas afinal, é suposto por quem? Quem é que disse que tem de ser assim? Quem disse que, em prol de uma harmonia interior futura, eu tenho de fazer das tripas coração e apresentar a todos o meu melhor sorriso e a minha mais cálida condescendência? Quem foi???
Não. Não me parece. E não me apetece mais. Porque não estou na minha casa. Porque não é a «minha gente». Porque as faltas de respeito são mais que muitas entre «aquelas gentes». Porque no fundo, me apetecia estar em qualquer outro sítio, menos ali! E francamente, começo a ficar farta de fazer algumas coisas só porque é suposto…!
*** Ciranda
E, no entanto, é suposto haver laços mantidos entre ambas as partes (certo?). É suposto haver muita alegria no ar. É suposto, independentemente de qualquer divergência que haja, criarem-se bases para que um dia a estabilidade emocional seja forte.
Mas afinal, é suposto por quem? Quem é que disse que tem de ser assim? Quem disse que, em prol de uma harmonia interior futura, eu tenho de fazer das tripas coração e apresentar a todos o meu melhor sorriso e a minha mais cálida condescendência? Quem foi???
Não. Não me parece. E não me apetece mais. Porque não estou na minha casa. Porque não é a «minha gente». Porque as faltas de respeito são mais que muitas entre «aquelas gentes». Porque no fundo, me apetecia estar em qualquer outro sítio, menos ali! E francamente, começo a ficar farta de fazer algumas coisas só porque é suposto…!
*** Ciranda
8 Comments:
Bom dia Linda!
Bem vinda de volta!
Não sei bem se tens de fazer isso pela Beatriz. Sobretudo se não for recíproco. E menos ainda se não te sentes bem porque mais cedo ou mais tarde a Beatriz vai aperceber-se e isso vai tornar-se uma actividade tensa para as duas (tu porque não gostas, ela porque sabe que tu não gostas).
A tua filha está óptima contigo e com a tua família! Cheia de amor e carinho. Se os outros não lhe dão isso, pior para eles.
Beijos, S. Rabbit
Bom dia Linda!
Bem vinda de volta!
Não sei bem se tens de fazer isso pela Beatriz. Sobretudo se não for recíproco. E menos ainda se não te sentes bem porque mais cedo ou mais tarde a Beatriz vai aperceber-se e isso vai tornar-se uma actividade tensa para as duas (tu porque não gostas, ela porque sabe que tu não gostas).
A tua filha está óptima contigo e com a tua família! Cheia de amor e carinho. Se os outros não lhe dão isso, pior para eles.
Beijos, S. Rabbit
Olá, bem vinda, bem vinda. Choques culturais? Parece-me que seja mais do que isso. Da próxima, não vás sózinha. É suposto, um ova. E, se tiveres de guerreares, fá-lo. Verás o respeito que te terão.
Beijo grande.
Pois é... torna-se cada vez mais complicado gerir estas coisas de família. Torna-se cada evz mais complicado criar um espaço neutro nestas questões. Até porque cada vez menos me apetece tal. Sandrinha, tu conheces-me pessoalmente sabes o que é preciso para me fazer sentir bem. Pai, não... de facto não são apenas choques culturais. É mais um choque educacional. 'A lac of educational principals' que começa bem a li, no seio da própria família algarvia. Eu não tenho o dever, nem a pachorra, nem sequer a disposição para "educar" gente que não conhece a palavra respeito e amizade dentro do seio da própria família. Como diz alguém que eu conheço bem, "Não se pode dar aquilo que não se recebeu"...
Cheira-me é que, este ano, as minhas férias de Verão vão ser diferentes! ;)
*** Ciranda
às vezes custa que se farta dar o grito do ipiranga... mas não há-de ser nada. verás que na altura certa saberás tomar a decisão certa :)
beijinhos
Falou e disse!
Mai' nada!
;o)
Beijinhos e abraços
Tu sabes que eu te entendo.
Sabes que também tive que gerir situações estranhas com o A., mesmo quando eu "só" estava grávida.
Cheio de direitos (e poucos deveres), e palpites e intrumissões, e que mesmo que ele não tivesse no país os pais dele tinham o direito de ficar com o bebé no lugar dele, e que eu não podia amamentá-lo até muito tarde porque ele queria ter a liberdade desde cedo de poder sair sózinho com ele... Não me queixo da família dele! Nem por sombras! Mas percebi que a situação era complicada!
Sabes o que eu acho? Acho que se não te sentes bem lá, não deves ir.
Acho que não deves dizer mal da família do pai à Beatriz, e que lhes deves permitir ter acesso a ela. Mas não és tu que tens a obrigação de fazeres o sacrificio de passares lá as férias para eles a terem perto.
E depois... há pessoas que... quanto mais longe melhor!
Tu és uma mãe fantástica e a Beatriz é uma menina feliz e equilibrada. Se eles quizerem vê-la, eles que te visitem!
Bjs!
Ui, estas são as situações complicadas... Nem sempre as famílias são iguais e nem todas têm a mesma cumplicidade e maneira de viver, o teu "problema" é a distância que não permite uma "visita de médico", seria o ideal. ;)
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